Há 55 dias atrás desembarquei em Barcelona para fazer um curso de Liderança Emocional na Universidade de Barcelona. O público do curso era formado por líderes tanto do setor público quanto privado.
Entre muitos temas abordados, falamos sobre conexão com a equipe e com outras pessoas dentro e fora das organizações.
O tema rendeu um bom debate e alguns alunos falaram sobre sua dificuldade em se conectar com membros de sua equipe. Foi quando uma pessoa levantou a mão e falou que conexão é realmente muito importante para ela e que algumas conexões não acontecem no tempo que esperamos, é necessário investir uma quantidade maior de tempo e energia em algumas delas, mas que no final vale a pena.
Fiquei um mês em Barcelona e de lá para cá tenho viajado bastante, me hospedando em hotéis, Airbnb, hostels e casa de amigos, o que tem me levado a vivenciar uma experiência profunda de conexões com pessoas.
Passei 8 dias na Holanda e lá fiquei hospedada na casa de uma pessoa muito querida que trabalhou com a minha mãe.
Em seu apartamento vivem ela, a filha e mais dois netinhos, Oliver de oito anos e Madeliefje (Margarida em holandês) de um ano e oito meses.
No primeiro dia, uma segunda-feira, antes de as crianças chegarem da escola eu e meu marido já havíamos chegado na casa deles. Estávamos sentados na sala quando entra a mãe e as crianças, falei oi para Oliver, me abaixei na altura dele, olhei nos olhos e me apresentei, perguntei seu nome, ele respondeu e nos abraçamos.
Nesse mesmo dia preparei a refeição, comemos todos juntos, Oliver elogiou a comida. Perguntei qual era seu prato predileto para eu cozinhar no dia seguinte, ele falou que era macarrão com almôndegas. Prometi que esse seria nosso próximo jantar.
Enquanto meu marido lavava a louça – temos um acordo de que eu cozinho e ele lava as louças – sentei-me com Oliver para ler um livro no sofá. Ele me perguntou quando iríamos embora e eu perguntei para ele quanto tempo gostaria que ficássemos. Ele respondeu 50 dias, dei risada e falei que ficaríamos um pouco menos.
Nesse mesmo dia tentei um contato com a pequena Madeliefje, mas não tive sucesso, ela não estava de muito papo comigo.
No outro dia pela manhã enquanto as crianças foram para escola, o Hugo e eu fomos passear na incrível Amsterdam. Nos perdemos no tempo em cada um de seus canais, nas lindas ruelas e por fim, no final da tarde, acabamos entrando no museu da Resistência Holandesa. Eu estava aflita com o horário pois tinha prometido cozinhar para Oliver e o horário do jantar dele era entre 18h30 e 19h.
Saímos rapidamente do museu e pegamos o ônibus em direção à casa deles, passamos no mercado, compramos os mantimentos necessário para o jantar, chegamos aproximadamente às 19h na casa.
Preparei o jantar rapidamente, graças a Deus que o pedido dele foi simples e pude cozinhar em poucos minutos.
Após o jantar perguntei que nota ele dava para sua comida preferida e ele respondeu, nota 10.
Mais uma vez lemos juntos antes dele dormir, tentei contato com Madeliefje, dessa vez ela me deu alguns sorrisos, mas se manteve distante de mim.
Assim seguiu a semana, passeávamos durante o dia e jantávamos todos juntos à noite. Após o jantar eu lia o livro com Oliver, que me dava um abraço apertado antes de dormir. Aos eu poucos tentava me aproximar da pequerrucha, um dia da semana até consegui um beijo dela. 😊
Na sexta-feira Oliver não foi na escola, acabou passando o dia comigo e com meu marido. Fomos ao museu do Van Gogh, ficamos lá por três horas, ele estava super atento a cada obra de arte e ao áudio guide com as explicações, comemos hot-dog, andamos de barco e brincamos em um parquinho da cidade. Ele falou que amou o dia.
Voltamos para casa, Madeliefje deu alguns sorrisos, eu tentava me aproximar fisicamente dela, mas parecia que ela não queria esse tipo de aproximação.
Domingo fomos visitar um castelo em uma cidade próxima, todos foram menos Oliver que estava na casa de sua tia.
Antes de sair me aproximei de Madeliefje e dessa vez ela veio no meu colo, tomou sua mamadeira e logo saímos para o passeio.
Perguntei para ela: Só agora que eu vou embora você chega perto de mim?
Mas também afirmei: Que bom que você se aproximou de mim antes de eu ir embora.
Não sei se ela se conectou comigo no primeiro, no último ou em qualquer outro dia. Mas tê-la no meu colo aquele dia foi muito bom.
Existem conexões que o universo nos entrega de mãos beijadas, como a do Oliver, são presentes de Deus e nos cabe apenas cuidar e valorizar.
Outras conexões nos requerem mais esforços, mais energia, são mais difíceis de serem conquistadas.
As conexões estão no nosso ambiente de trabalho, com clientes, fornecedores, colegas, nas nossas famílias, na comunidade onde vivemos ou em qualquer outro lugar.
Não existe uma receita de bolo para gerar conexões, mas seguem algumas dicas para que você crie conexões verdadeiras.
Conecte-se consigo mesmo – Se você não está conectado com você fica mais difícil outras pessoas se conectarem.
Esteja aberto a novos aprendizados – Aprenda sempre com as pessoas que estiverem a sua volta, temos muito a aprender com o outro.
Sorria sempre – Não existe coisa melhor do que estar ao lado de pessoas que sorriem para a vida.
Seja vulnerável – A vulnerabilidade nos conecta ao outro.
Seja você mesmo – Pode acreditar, você é incrível sendo realmente quem você é.
Que você possa celebrar as conexões verdadeiras que conquista ao longo da sua vida.